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Foto do escritorFernando Fagá Alves

Inovação Corporativa – Guia Essencial

Atualizado: 1 de nov. de 2021

Veja nosso guia completo sobre inovação corporativa. Entenda os principais conceitos de inovação e as práticas que permeiam a inovação corporativa. Essencial para quem está trabalhando na área ou deseja começar um novo projeto sobre o tema.


As empresas que atingiram um certo patamar de sucesso – atingem a liderança nos seus mercados e sobrevivem por décadas – são muito bem-sucedidas em explorar novos modelos de negócio. Porém, costumam ter dificuldade para identificar oportunidades de disrupção. As Startups, por outro lado, vivem de reimaginar mercados.



A Inovação Corporativa é um conjunto de práticas para que a organização possa inovar. Foi uma prática que mudou ao longo do tempo, como descrito no nosso artigo sobre o que é inovação 5.0. Tais práticas incentivam diversos tipos de inovação:


Inovação Aberta e Fechada


A inovação aberta está relacionada à colaboração com clientes, fornecedores, outras empresas e Startups. A Inovação Fechada acontece inteiramente dentro do ecossistema da empresa.


Inovação de produtos, processos ou modelos de negócio


Uma montadora de carros que lança um novo veículo está inovando em produtos. Se ela passa a terceirizar a produção de componentes para reduzir custos está inovando em processos. Hoje, montadoras, seguradoras e locadoras estão entrando no modelo de carros por assinatura – É o caso da Unidas, da Porto Seguro e da Mitsubishi .


Empresas de varejo foram obrigadas a fazer mudanças significativas no seu modelo de negócios. A Via Varejo, por exemplo, continuou crescendo na pandemia e aproveitou sua força de vendas para fazer atendimentos digitalmente.


Inovações Disruptivas e de oceano azul


A maioria das inovações disruptivas costumam vir de startups, não da indústria. Uma inovação disruptiva muda completamente a lógica de um mercado e destrói a demanda por outros produtos. Como a Netflix fez com a Blockbuster.


Uma inovação de Oceano Azul cria um novo mercado sem destruir um mercado existente. Abre as portas para um oceano de novos consumidores. A Aravind é uma empresa indiana que desenvolveu hospitais para realizar cirurgias de catarata com valor entre U$ 41 e U$ 125. Nos EUA, esse custo é de U$ 2,600-U$3,500. Com essa inovação, um mar de consumidores pôde acessar esse novo produto e nenhum mercado foi destruido.


Esse tipo de inovação é possível fazendo 4 tipos de mudança na sua oferta de valor:


  1. Eliminar e Reduzir aspectos que não são valorizados pelo seu publico alvo

  2. Ampliar e criar aspectos que são valorizados pelo seu público e não são oferecidos pela concorrência


Inovação Linear e Não-Linear


A inovação Não-Linear é definida por mudar:


  1. Segmento de clientes

  2. Cadeia de valor

  3. Proposta de valor


Pode ser o resultado de uma Transformação Digital – por exemplo, o NY Times passar a vender no modelo digital – ou estar relacionado à um novo modelo de negócios – como a Marvel, que era uma empresa de quadrinhos, criar um estúdio de cinema. Ou como a Amazon, que é originalmente uma empresa de varejo, entrar no negócio de computação na nuvem.


Inovações lineares são super importantes. Ajudam a sua empresa a melhorar a competitividade. Podem ser feitas com a sua equipe atual. A Inovação Não-Linear precisa de uma equipe dedicada e de, pelo menos, 20% dos profissionais vindos de fora da empresa. Requer novas competências e maneiras de pensar.


Para saber mais sobre a inovação linear e não-linear leia esse artigo do nosso blog


A importância da Inovação


Todo o produto, serviço ou modelo de negócio têm um ciclo de vida. Passa por um período de adoção, que é o mais complicado. Se sobreviver, vai para o mercado amplo. Uma hora, o produto atinge o seu potencial máximo e entra em declínio. Esse declínio pode ser causado pelo aumento da concorrência ou pela introdução de um produto superior.


Curva do Ciclo de Vida do Produto do livro "Cruzando o Abismo" de Geoffrey Moore

No gráfico acima, vemos que os produtos passam por etapas de adoção por inovadores e usuários iniciais e depois para a maioria e os “atrasados”. Alguns produtos são adquiridos uma única vez e, quando se encerra esse ciclo, o produto morre. Em outros casos, o produto é comprado de forma periódica ou recorrente. Nesses casos, o produto pode continuar vivo desde que não seja introduzido nenhum novo produto dominante. Entretanto, o sucesso atraí competição. A não ser que a empresa erga barreiras de entrada significativas, não conseguirá manter a lucratividade do seu produto por tempo indeterminado. Por isso, precisa encontrar novas formas de capturar valor dos seus consumidores.


Veja no exemplo abaixo que a introdução de uma oferta disruptiva não leva imediatamente o competidor ao fracasso. A introdução das câmeras digitais “matou” as câmeras analógicas aos poucos. Com o passar do tempo, o esforço dos fabricantes de câmeras analógicas não gerou mais performance.


Modelo de exemplo da curva S de adoção do produto, com performance no eixo Y e Esforço no Eixo X. O modelo mostra as principais teorias de ciclo de vida de produto - como a disrupção de Christensen, a exaustão da curva S de Foster e o Design Dominante e Estabelecido de Abernathy & Utterback.

Dessa forma, é uma boa prática empresarial criar diversas curvas em S. Ou seja, criar diversos produtos para garantir que, quando o carro-chefe começar a dar sinais de exaustão, outros produtos estejam em crescimento. Exploramos melhor esse tema no nosso artigo sobre os 3 movimentos exponenciais que estão moldando o mundo. Excelente para você que precisa sensibilizar seus superiores para investir em inovação.




As principais práticas da Inovação corporativa dentro da empresa


Para promover a inovação corporativa, você precisa de uma equipe dedicada. Essa equipe pode variar entre 1 e mais de 20 pessoas, dependendo do tamanho da organização. As diferentes práticas servem diferentes objetivos e a inovação pode impactar todas as áreas da empresa.


Veja abaixo as principais práticas corporativas para promover a inovação


1. Departamento de P&D


Nunca o investimento em P&D vai deixar de ser essencial. O desenvolvimento de novos produtos partindo do P&D é responsável por muitos dos maiores sucessos em grandes empresas.

O P&D vai introduzir novos produtos e, por vezes, criar ofertas de valor totalmente novas. É importante que o P&D trabalhe junto com o Marketing e Vendas para criar produtos que os clientes realmente queiram. Práticas de testes com usuários e Focus Groups podem ajudar o P&D a criar produtos com alta aderência e novas propostas de valor.


2. Foco no cliente usando I.A. e novas tecnologias.


Entender o que o consumidor deseja é essencial tanto para Startups como para empresas consolidadas. Uma empresa focada no cliente cria pontos de contato em diversos pontos da organização. Do presidente até o estagiário, todos precisam saber quem é o cliente e como ele pensa. Hoje, existem diversas formas de fazer isso. Desde promover uma agenda de visitas aos clientes para conversar com eles e observá-los até monitorar comportamentos online.


Eu tive o privilégio de assistir a uma palestra do chefe de pesquisas com consumidor do Google. Grandes marcas contratam o Google como consultoria para identificar tendências. Essa equipe consegue identificar tendências em sua fase inicial. Eles descobriram que um grupo de influencers japoneses lançavam todas as tendências globais para produtos capilares. Essas tendências se espalhavam pela Ásia e depois chegavam nos EUA e no mundo. Ao monitorar esse grupo de influencers, é possível prever as próximas tendências de estilos capilares.


A prática de monitoramento de redes sociais já é uma indústria multibilionária. A Pepsi usa a Tastewise, uma ferramenta de IA, para prever tendências no mercado de bebidas e alimentos. Essa ferramenta se alimenta de mais de 95 milhões de itens em menus, 226 bilhões de interações com receitas e 22.5 bilhões de posts em redes sociais para gerar insigths. A Coca-Cola não fica atrás. A empresa está usando a IA para fazer promoções personalizadas para máquinas em diferentes locais. Por exemplo, uma máquina em academia pode promover água e bebidas sem açucar. A IA também ajuda cada máquina a criar promoções para alavancar vendas.


Fazer o feijão-com-arroz, entretanto, é essencial. O marketing deve fazer pesquisa de satisfação, preços e monitaramento da concorrência. Deve criar pesquisas padronizadas qualitativas e quantitativas para manter-se atualizada sobre o mercado e sobre os pensamentos do cliente.


3. O uso do Design Thinking


O Design Thinking não é uma ferramenta única. Na verdade, é mais uma filosofia. Uma forma de pensar orientada para o design. O papel da Inovação Corporativa é disseminar essa prática, capacitando diversos executivos para inovarem através do Design Thinking.


O Designer segue uma sequência para criar um design. Ele constroí um briefing com o cliente, testa diversos designs com o publico alvo e cria a peça final. O Design Thinking aplica métodos de Design nos negócios.


A prática do Design Thinking usa diversas ferramentas para gerar inovação. Um workshop típico envolve um facilitador, diversos colaboradores, muitos post its e papéis. A ideia é alavancar a inteligência coletiva. Para isso, é preciso mudar as hierarquias. Criar um espaço aonde todos possam falar. Trazer diversos tipos de interessados para pensar no problema. De preferência, é bom ter clientes do seu produto. Até mesmo não clientes. Muitos avanços em Design são feitos quando produtos são desenhados para pessoas com pouca coordenação ou dificuldade de usar. Se você for desenhar um tênis, pode trazer alguém que é contra o uso de calçados para o seu grupo. Um não-consumidor extremo pode ajudar a criar os designs mais impressionantes.


O Design Thinking não precisa ser usado apenas para inovações radicais e disruptivas. Pode ser usado para melhorar processos e entender por que algo não está funcionando.


Como consultor, conduzi um workshop de Design Thinking para que uma empresa entendesse porque tinha dificuldades para conquistar mercados internacionais. Para isso, envolvi todas as pessoas que estavam envolvidos com a área internacional. O primeiro problema foi que essas pessoas nunca haviam estado todas ao mesmo tempo na mesma sala. Por isso, nunca houve uma oportunidade para alinhar o entendimento sobre qual era o problema de verdade. Pessoas em papéis mais operacionais não entendiam a estratégia como um todo e, por isso, não eram motivados para executar rapidamente. Além disso, muitos colaboradores equilibravam demandas do mercado nacional e internacional. E eles sempre priorizavam demandas do mercado nacional, que era o que trazia faturamento.

Além de questões estratégicas fundamentais, identificamos diversos erros de processo e formação de equipes. Identificamos competências e recursos ausentes.


Ter sucesso não é sempre uma questão de estratégia. É preciso ter tempo, orçamento e pessoas com habilidade para executar e com dedicação exclusiva.

O Design Thinking é uma ferramenta não apenas para criar estratégias, mas para “desemperrar” projetos de inovação.


A equipe de inovação tem um papel fundamental em alinhar as expectativas estratégicas com a capacidade da equipe de executar. Isso é feito através do Design Thinking e da comunicação.


4. O mapeamento da experiência do cliente e da cadeia de valor


Alinhado com essas técnicas e, talvez, um dos elementos mais importantes da inovação corporativa, é o mapeamento da experiência do cliente e da cadeia de valor.

Uma boa experiência é o que vai levar a sua marca a ser construída no médio e longo prazo. E isso parte de um conceito que chamo de tripla cadeia de valor.



Ao focar em marketing, vendas e atendimento ao cliente, é possível criar inovação dentro do seu negócio. Sabemos, por exemplo, que os clientes hoje estão cada vez mais digitais. Portanto, um serviço ao cliente por Whatsapp é uma necessidade.


Essas ferramentas também partem de pesquisa e entrevista com os clientes. Uma empresa de ar-condicionado pode, por exemplo, descobrir que está perdendo vendas por não se responsabilizar pela instalação do produto. Ou por ter muitos prédios que não são preparados para a instalação do ar. Esse tipo de insight gera transformação no negócio.


Uma empresa de ar-condicionado pode, por exemplo, descobrir que está perdendo vendas por não se responsabilizar pela instalação do produto. Ou por ter muitos prédios que não são preparados para a instalação do ar. Esse tipo de insight gera transformação no negócio.


O mapeamento da cadeia de valor parte do princípio de que tudo que acontece na empresa pode ser mapeado em uma ferramenta chamada value streamming map. Ou seja, tudo que acontece pode ser desenhado. Em todos os processos, podem ser identificados gargalos.

Quando estudamos processos industriais, aprendemos que a velocidade de um processo é determinada pelo gargalo. Estradas travam por causa de pedágios. Se a matéria prima não chega, a máquina não produz.


Os processos de marketing são assim. Se gerarmos leads mas não tivermos vendedores para atendê-los, temos um problema de processo. Como alternativa, podemos automatizar parte do processo para que a pessoa possa resolver seu problema sem falar com ninguém ou aumentar a equipe.


Mesmo empresas de economia tradicional podem ser escaláveis. Para isso, precisam ter escalabilidade no processo de vendas e controle. Com ferramentas de automação de marketing (como Hubspot, RD Station e Leadlovers, por exemplo) e ferramentas de CRM (como Salesforce, Piperun, Sugar CRM e tantas outras) podemos ter uma boa estimativa de como o processo de vendas está funcionando. Se antigamente os publicitários trabalhavam com a frase “Eu sei que metade dos meus investimentos não estão funcionando, só não sei qual metade”, hoje em dia, cada vez mais, temos controle dos processos de vendas.


Analogamente, o processo de atendimento é igualmente importante. A forma como a sua empresa resolve problemas é essencial para o consumidor moderno. Ninguém compra produto. As pessoas buscam soluções. Isso quer dizer que se a sua empresa se responsabilizar por todo o ciclo do seu produto, terá muito mais sucesso.


Esse é um dos temas principais trabalhados nas consultorias da PilarX através do marketing e comunicação e mapeamento de processos.


5. O Design Organizacional, treinamentos e a Cultura Corporativa


Eu acredito que a área de inovação corporativa pode até se responsabilizar pela gestão de processos e pelo sucesso de projetos de inovação. Porém, vejo a área de inovação muito mais como uma facilitadora da inovação em toda a organização do que como a protagonista.

O principal desafio da área de inovação é criar as condições para que a inovação aconteça. Isso é, vagamente, o que se chama de Cultura de Inovação. Uma cultura corporativa forte é regida por princípios bem estabelecidos. A Amazon, por exemplo, conta com 14 princípios de liderança. Dente eles estão a “Obsessão pelo consumidor”, o “Senso de Dono”, “Inventar e Simplificar”. Esses princípios influenciam contratações, bonificações e até demissões da empresa.


Uma cultura de inovação pode ser desenhada de diversas maneiras, mas é baseada em 3 princípios:


1) Empoderar colaboradores


Quando a pessoa que está lidando com o problema tem poder para resolvê-lo, normalmente temos a resolução mais eficiente.


Uma pessoa conhecida teve um Iphone roubado no correios (nos EUA). Ligou para a Amazon e o atendente deu o reembolso – sem falar com nenhum superior. Esse colaborador estava empoderado para resolver. A organização entende que todos os seus atendentes estão qualificados para tomar esse tipo de decisão. Subi-las na cadeia corporativa gerará mais custos do que benefícios.


2) Criar Meios para que os Colaboradores possam inovar


A criação de meios está associada com a voz dos colaboradores. Eles são ouvidos, independente do nível hierárquico? Quantas ideias boas as empresas perdem por não escutar sua própria força de trabalho? Ou pior, quantos problemas são escondidos pelo instinto de auto-preservação dos colaboradores.


Se a organização não treinar os líderes e não criar estruturas, sistemas e processos para que as ideias possam fluir livremente, a inovação será sufocada.


Uma outra e importante forma de dar meios é realmente treinando colaboradores para entender metodologias como o Lean Startup, Lean Manufacturing e Design Thinking. Assim como conceitos relacionados à estratégia e cultura de inovação e liderança efetiva.

Para criar esses meios, a PilarX criou um programa de treinamentos In-Company, no qual organizamos encontros periódicos com colaboradores para trazer novas metodologias e discutir a estratégia da empresa.


Existem dois fatores fundamentais para tornar a empresa mais inovadora. Um é a aptidão das pessoas para inovar. É preciso recrutar pessoas com perfil inovador e treiná-las continuamente para liderar melhor e incentivar a inovação. O outro é o design da organização. A empresa precisa ter competências e recursos para realizar seus projetos de inovação. Precisa ter sistemas para recompensar as pessoas que vão além das suas responsabilidades para inovar e não punir as pessoas que identificam problemas.


Todos os modelos de mudança organizacional são focados ou no desenho da organização ou no comportamento dos indivíduos. Eu sou da opinião que os dois são necessários e que a área de inovação da empresa deve se responsabilizar por ambos.


3) Encorajar Colaboradores a Inovar


No livro “O Código da Cultura”, são abordados 3 importantes traços culturais para promover uma cultura de inovação :


  1. Estabelecer um propósito

  2. Mostrar vulnerabilidade

  3. Construir segurança psicológica


O propósito gera identidade. Quando líderes mostram vulnerabilidade (falando de suas limitações e dúvidas) encorajam colaboradores a serem honestos. A segurança psicológica está relacionada à criação de um espaço seguro para que o colaborador possa se mostrar como ele é. Sem competir, tentar parecer superior ou mostrar um conhecimento que ele não detém.


O encorajamento também está relacionado com a mensagem da liderança de que os questionamentos e os problemas levantados pelos colaboradores são levados à sério. Mesmo que nem tudo possa ser feito, os colaboradores precisam saber que suas ideias foram avaliadas e consideradas. Quanto mais transparentes os critérios usados para levar ideias adiante, mais e melhores ideias surgirão. É importante também criar mecanismos para que o diálogo entre pessoas de diferentes níveis e áreas seja encorajado.


No E-book “Como transformar a sua empresa em uma máquina de inovação” falamos da meritocracia de ideias criada por Ray Dalio. O objetivo desse CEO é criar um sistema no qual as pessoas com as melhores ideias subam na organização e que as ideias de um VP ou de um estagiário sejam avaliadas com o mesmo rigor.


Se você quer saber como a sua empresa está fazendo essas 3 atividades, responda ao nosso questionário sobre como incluir todos os colaboradores no seu processo de inovação


6. Programa de ideias e gestão do processo de inovação


Quanto melhor o processo de inovação na empresa, mais os colaboradores conseguem contribuir. A equipe de inovação precisa claramente definir as etapas de avaliação para ideias que sejam de simples aplicação (lineares) e ideias que exijam esforços e mudança na direção da empresa (não-lineares).


A definição desse processo, se vinculada à um programa de ideias, tem um impacto ainda maior. Todos os colaboradores podem participar do programa de ideias. Dessa forma, é um recursos excelente para promover a meritocracia de ideias, conforme mencionado anteriormente.


A maioria do potencial de ideias de uma empresa está nos seus colaboradores de linha de frente. Eles detém um conhecimento tácito sobre a sua operação e clientes. Empresas ágeis e inovadoras privilegiam as ideias dos colaboradores de linha de frente, conforme a imagem abaixo.


Pirâmide Organizacional Tradicional e Pirâmide Invertida. Na Pirâmide invertida, os empregados de linha de frente são mais importantes. Quando eles ganham mais poder, a empresa se torna ágil e inovadora.

Um programa de ideias incentiva a mentalidade inovadora. Faz com que os colaboradores passem a ter uma atitude questionadora e se perguntem: “ Por que as coisas são como são? Esse é realmente o melhor jeito de atender nossos clientes?”. Esse espirito indagador é tudo que um líder que queira promover a inovação em sua empresa pode querer.


Um programa de ideias parte da análise interna e externa da empresa. O que ela pode fazer melhor, como será o futuro e como fazer com que a empresa seja o elo entre o presente e o futuro. Precisa incentivar colaboradores a gerar volume e qualidade de ideias. Precisa desenvolver critérios claros para selecionar ideias e metodologias para executar a inovação, conforme a figura abaixo:


Quadro resumindo o funcionamento do programa de Ideias. Descrição das fases de Geração de Ideias, Avaliação de Ideias e Gestão de Portfólio.

A estruturação do programa não é tão simples. É preciso criar os critérios de avaliação, comunicar a empresa e ter uma equipe para avaliar as ideias. Além disso, fornecer treinamentos e engajar a alta liderança é fundamental para que o programa tenham impacto.

A PilarX oferece a gestão de programa de ideias como um de seus serviços.


Também somos parceiros da AEVO, que oferece um software para a implementação do programa de ideias. Comercializamos o software pelo mesmo valor que diretamente com a empresa.


7. Gestão de projetos e organização dos projetos de inovação


Um dos maiores desafios que as empresas enfrentam é equilibrar a inovação e a eficiência. O motivo da existência das empresas é o faturamento e o lucro do mês. Porém, a sustentabilidade no longo prazo depende da capacidade de inovar.


Ter um escritório central para gerenciar os projetos de inovação é essencial para o sucesso dessas iniciativas. É preciso entender que o que é necessário para começar um negócio é diferente do que é necessário para sustentá-lo. A lógica dominante é outra. Ao invés de buscar resultados, é preciso buscar aprendizados.


Um time responsável por uma inovação não linear precisa de um orçamento e de autonomia. Precisa ser capaz de provar que está maximizando o aprendizado. É recomendado que pelo menos 20% da equipe venha de fora da empresa para esse tipo de projeto.


Projetos lineares também precisam de estrutura. É importante ter um escritório de projetos para dar apoio metodológico à todos os projetos da empresa – criando métricas, definindo responsáveis e prazos de entrega. Sem isso, a equipe sempre vai priorizar o que é urgente, não o que é importante, e os projetos nunca vão sair do papel. Daí, novamente enfatizamos a importância da disseminação do uso de metodologias ágeis para promover a inovação.


Para saber mais sobre como equilibrar a eficiência e a inovação, leia esse texto do nosso blog.


8. Inovação Aberta e Corporate Venture


A inovação aberta surgiu quando as corporações perceberam que poderiam ser muito mais inovadoras ao incluir clientes e fornecedores no processo de inovação. Se uma montadora consegue trabalhar com um fornecedor para reduzir a quantidade de erros em um componente, como uma caixa de câmbio, todos saem ganhando.


Um excelente exemplo de inovação aberta é a parceria entre a P&G e a Clorox. A P&G desenvolveu uma tecnologia para reduzir o vazamento de fraudas. A Clorox licenciou essa tecnologia, a mesma das fraudas, para produzir sacos de lixo que não vazam. Assim, virou líder de mercado nos EUA. A P&G ganha Royalties de todos os sacos de lixo vendidos pela Clorox.


Mais recentemente, as empresas perceberam que a única forma de se manter realmente à frente das startups é se engajando com elas. Existem diversos modelos para isso, conforme o quadro abaixo.

Gráfico descrevendo diferentes modelos de engajamento com startups. M&A, Corporate Venture Capital são os com maior retorno a longo prazo mas maior investimento. Hackathons, Desafios de Inovação, Intraempreempreendedorismo são os melhores modelos para iniciar

Acreditamos que existe um modelo para cada empresa. O primeiro passo é conversar com as startups e criar mecanismos para contratá-las. Elas não atendem regras de compliance tradicional, como muitos anos de solidez financeira e contratação de todos os colaboradores pela CLT. Por isso, é preciso criar mecanismos para contratá-las.


Nós gostamos muito do modelo de desafios de inovação. Nesse modelo, a empresa define os desafios que deseja resolver e convida empreendedores para intaragir com seu time executivo. As startups selecionadas passam por um processo de mentoria e apresentam um pitch para a empresa. As melhores ganham um contrato, um investimento ou uma parceria. É um excelente modelo para começar a criar um relacionamento entre empresas e startups.


As empresas mais avançadas na prática de Corporate Venture usam instrumentos com maiores ganhos a longo prazo, como o Corporate Venture Capital, o M&A e a criação de incubadoras e aceleradoras. Arezzo, Weg e Magazine Luiza são exemplos disso. Todas tem a prática de incorporar startups à sua operação para se posicionar para o longo prazo. A Arezzo adquiriu a Startup Troc. A Weg e a Magazine Luiza fazem aquisições corriqueiramente.


No modelo de Corporate Venture Capital (CVC), as empresas criam m veículo para adquirir participação minoritária em empresas de alto potencial, sem interferir na gestão ou incorporar a empresa. É um investimento essencialmente financeiro, mas que trás informações importantes e estratégicas para os investidores. A Qualcomm Ventures, um dos maiores CVC's do mundo, têm investimentos no Zoom, Waze, Nuvem Shop, Loggi e Matterport.


Para mais informações sobre Corporate Venture, veja a apresentação abaixo.




Conclusão


Usando diversos mecanismos, a inovação corporativa pode acelerar a inovação empresas. O objetivo das práticas de inovação corporativa é alavancar diferentes mecanismos de inovação, criando as condições para inovar internamente, capacitando colaboradores e criando relacionamentos fora da empresa.


A prática da inovação corporativa é particular para cada empresa. Esperamos que esse artigo tenha ajudado você a escolher os instrumentos que fazem mais sentido para você! Muito obrigado e até o próximo texto!

 

Fernando Alves é mestre em negócios (FT-MBA/2019) pela University of Southern California e bacharel em economia pela FGV. É o fundador da PilarX – consultoria de inovação e marketing.

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